A Rede de Bibliotecas Escolares comemorou 20 anos de existência, no
dia 14 de outubro de 2016, na Fundação Calouste Gulbenkian. Em tempos de
mudança rápida, temos de perspetivar o futuro com abertura, flexibilidade e
exigência, continuando a trabalhar juntos e em rede. O Programa do Fórum 20 Anos RBE contou com a
participação de figuras de destaque nacional e mundial.
Teresa
Calçada, consultora na área da Leitura e das Bibliotecas Escolares,
fundadora da RBE e Comissária Adjunta do Plano Nacional de Leitura, recebeu uma
merecida homenagem pelo seu excelente trabalho em prol das bibliotecas
escolares.
Ismail
Serageldin, diretor da mítica e lindíssima Biblioteca de Alexandria, no
Egito, encantou com a sua sabedoria e simplicidade. Autor de mais de 100 livros
e 500 artigos, Doutorado pela Universidade de Harvard e com 34 Doutoramentos
Honoris Causa, recebeu, em 2013, o Prémio Calouste Gulbenkian, que considerou a
Biblioteca de Alexandria um «centro de aprendizagem, tolerância, diálogo e
compreensão entre culturas e povos, bem como uma instituição líder da era
digital». Lídia Jorge, escritora
representativa da Geração pós Revolução, cujos livros estão traduzidos em mais
de vinte línguas, comentou a conferência de Ismail Seragedin, «Libraries for
Tomorrow».
Daniel
Innerarity, catedrático de filosofia política e social, investigador na
Universidad del país Vasco e diretor do Instituto de Gobernanza Democrática, falou
do professor bibliotecário como protetor dos livros, conferindo-lhes uma
espécie de imortalidade, mas, simultaneamente, como seu «destruidor», na medida
em que uma das suas funções é aliviar o utilizador do excesso de informação…
Marcelo Rebelo de Sousa, o nosso Presidente da República, que dispensa apresentações, falou com o coração e disse que os professores, grupo no qual se inclui, são os «portadores da esperança».
Ricardo
Araújo Pereira, cronista e argumentista, licenciado em
Comunicação Social e Cultural pela Universidade Católica Portuguesa e ex-membro
dos Gato Fedorento, conversou com sete jovens alunos sobre livros e leitura.
Reinou o humor e algum nervosismo. O Gonçalo
Félix, aluno do nosso Agrupamento no ano transato, foi espontâneo e
irreverente q.b., arrancando do público sinceras gargalhadas.
Que cenários futuros para as bibliotecas
escolares? Que papel lhes cabe numa sociedade global e
multimediática, onde as aprendizagens informais ganharam tanto ou mais
relevo que as aprendizagens escolares? Em que lugar colocar o digital e a
tecnologia? Que estatuto reservar para o livro? Como podem as bibliotecas
escolares ser focos de leitura e leitura crítica da informação e dos media? De difusão da arte e da cultura? De que modo
podem contribuir para colocar no centro da vida escolar, da nossa
vida quotidiana, os valores da liberdade e da diferença, da
responsabilidade e do compromisso?
Fica o conselho de Ismail Serageldin,
relativamente às bibliotecas do futuro: precisamos de sabedoria e a sabedoria
baseia-se no conhecimento e na defesa dos valores!
«We need wisdom!»
«Remember the values!»
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